Há aproximadamente 6 meses sofri uma fratura no tornozelo enquanto treinava Jiu-Jitsu, depois disso foram dias de luta, onde em vários momentos fôra tomado pelo desânimo, era torturante pra mim quando entrava no face, e via notícias de ondas fantásticas e marés preciosas, e me encontrava em casa, deitado no sofá ou sentado assistindo TV. A angústia chegou a um ponto que não conseguia ler.
As vezes é difícil ser pastor, existe um estigma sobre a figura pastoral de que este é inumano, claro que isso é parte de uma cultura produzida por nós ao longo do tempo. As pessoas simplesmente pensam que não sofremos, não sentimos nada e todos os momentos da nossa vida são de alegria. Aí vem a reflexão, não somos humanos? Duvido que alguém consegui sorri com a dor gerada por uma fratura de tornozelo, mas essa é momentânea e passa, como tudo o mais.
O que me consola, além do Senhor é claro, é que tenho na igreja pessoas que oram por mim, e torceram todo o tempo pela minha recuperação, vibram pela forma que celebro a vida através do surf, e muitos oraram e torceram para que me recuperasse, afim de retornar a prática do surf. Na última sexta, depois de duas cirurgias e de ser liberado por um dos médicos peguei minha prancha e fui para o mar, remei para dentro, o mar não estava dos maiores, mas também não estava dos menores, era já fim de tarde, o mar esta com uma intensa correnteza que nos tirava do pico e tinha que remar contra maré. Até que achei a onda, achei que seria perfeita, remei, tropei, cortei, subi, e caí, na verdade ejetei, depois de dropar a onda e subir a parede não consegui retornar, senti uma pequena fisgada no tornozelo, e pulei, deixei vir a onda de trás e sai um pouco frustrado.
No sábado era dia de projeto, fomos para praia e começamos a colocar o pessoal para aprender a surfar - você pode conhecer nosso projeto evangelístico e curtir nossa página no face, facebook.com/surfandocomcristo, ou no nosso blog: http://clubedesurfsurfandocomcristo.blogspot.com -.
Após as aulas peguei o pranchão e remei para dentro, queira apagar a frustração do dia anterior, ainda que não fosse lá grande coisa, o mar estava menor, no local que estávamos as ondas estavam fechando a maré estava secando, as ondas estavam o que se chama de quebra-coco, apesar disso remei e dropei a primeira onda, joguei para a parede e na hora de voltar ejetei, mas duas outras coloquei na parede, sempre no retorno da onda ejetei, o que é justificável pois é necessário imprimir uma força no pé para trazer a prancha de volta, não foi o que esperava, mas já sai um pouco mais alegre, pois não perdi totalmente o tempo da onda. No domingo, após o culto, peguei novamente a prancha e foi novamente para o mar, estava pequeno, ondas fechando um pouco, mas consegui dropar algumas ondas, até de backside, o que se tornou um pouco mais difícil dado minha atual condição, mas o fato é que a lição que aqui quero deixar, é que mesmo sendo humano e sentido dores e angústias, mesmo sabendo que os desafios a que somos submetidos na vida, nos levam a uma tomada de atitude, muitas vezes dolorosas, não desisto, continuo tentando, mesmo sabendo, estando consciente que todo recomeço é difícil e penoso, mas não é impossível, ainda mais quando temos a certeza de que Deus está no controle.
Deus abençoe a todos!