terça-feira, 26 de abril de 2011

A “DOCE” PÁSCOA DE NÓS TODOS - Ritos e tradições que nos afastam do verdadeiro sentido

A Páscoa é uma celebração originária da cultura hebraica, e se refere particularmente à libertação do povo hebreu do domínio Egípcio em aproximadamente 1440 A.C., mais especificamente a passagem do anjo da parte de Deus que passou sobre o Egito matando todos os seus primogênitos. A páscoa, como dito anteriormente simboliza e comemora a libertação da opressão de um inimigo voraz, que oprime e humilha.

No contexto cristão a páscoa passou a ser comemorada a partir da ressurreição de Cristo que simboliza a sua vitória sobre a morte a maior opressora da vida humana. A vitória da Vida sobre a morte, a purificação do homem do pecado, palavra originária do grego, que de forma simples pode ser interpretada por uma falha de caráter que se torna um infortúnio a natureza de um homem bom, um erro que resulta em tragédia, e macula a integridade da personalidade humana.

Mas como tudo que se relaciona a natureza da humanidade, seus símbolos com o passar do tempo, vão sendo pervertidos, e o seu sentido original é colocado de lado, tendo a sua importância minimizada, e sendo elevado o valor econômico, material da coisa, valor esse que vem sendo pervertido por gerações, assim como o Natal e outras celebrações abraçadas pela fé cristã. Em vez da morte vicária de Cristo em favor da humanidade perdida, é celebrado o coelhinho que coloca ovo de chocolate, uma mistura de uma cultura pagã que pintava os ovos e dava de presente, com uma maravilhosa e espetacular estratégia de marketing de colocar um coelho, que coloca ovos de chocolate.

O consumismo humano é tão grande e avassalador que as pessoas nem imaginam ou sequer se lembram que coelhos não colocam ovos, muito menos de chocolate, assim, nossos filhos são ensinados que devem gastar dividendos absurdos por um pedaço de chocolate em forma de ovo, posto um animal, que coitado, não coloca ovos e injustamente não recebem nenhum direito de imagem por isso.

Enquanto isso nossos filhos são criados de forma ignorante, alicerçados na mentira, que tira a dignidade humana, e leva o ser humano a níveis de transgressões e perturbações de caráter, inatingíveis pela nossa sensibilidade, uma vez que fomos todos criados nessa mentira, e uma mentirinha de vez em quando não tem problema.

Não tenho nenhum radicalismo quanto ao chocolate, se quer comer chocolate coma, é gostoso, eu particularmente gosto muito, mas quanto ao ovo, procuro criar meus filhos, e assim tenho feito, instruindo-os que coelho não bota ovo, e não leva ovinhos para ele, eu compro chocolate e dou para ele. Mas a páscoa, essa deveria ser doce porque é uma celebração da vida, fato ignorado por uma sociedade consumista e superficial. Mas a páscoa na verdade é “doce” por motivos espúrios, a ganância dos homens em acumulares bens para si, fortalecidos pela ignorância da massa, pessoas que muitas vezes não tem o que comer, são incentivados pelo consumismo a gastarem o que não tem por um simbolismo puramente comercial.

Reflita, celebre a páscoa por causa do valor que tem. A libertação. Não por causa de coisas que quando você desce a sepultura, não lhe terão valor algum.

Pr. Emerson Brasiliano Silva

Pr. Auxiliar da SIB em Cabo Frio – RJ

www.sibcabofrio.org.br

segunda-feira, 25 de abril de 2011

O “TRISTE” FIM DE NÓS TODOS.


Passei pelo menos metade do feriado de páscoa na capela do cemitério, e em meio a muita dor e sofrimento, pude constatar que a morte. Tão dolorida separação entre o corpo e alma, é degradante, opressora, humilhante, implacável.

Tentando compreender o motivo de tanta dor, tanto sofrimento, pude tirar dessa experiência, o que pra mim não é nada agradável, algumas lições, constatações dessa dura realidade, e a primeira foi essa, a realidade, todos quando estamos diante da mortalha de alguém, constatamos que um dia, estaremos vivendo, ou melhor experimentando desta realidade, ninguém foge a morte e ela chega pra todos, uns antes, outros depois, mas o fato é que um belo dia estaremos todos dentro de um caixão diante de nossos entes queridos, já sem vida e longe de nossos corpos mortais, fazendo-os sofrer com a dor da despedida.

Outra constatação que é inerente a observação da mortalha humana, é que a morte é uma triste surpresa e ninguém está pronto ou preparado para sua chegada. A partir dessa constatação pude então perceber, a razão de não termos acesso a informação de nossa partida. A morte é angustiante, é frustrante, é desoladora. Constatei também que embora você sinta a falta de quem está morto, você vê claramente o que te aguarda, o que aguarda a outros que te amam e passa a pensar sobre quando você enfrentará a tal realidade.

Diante da mortalha me veio outra indagação, por que somos tão impotentes diante de nosso grande algoz. A morte é o fim de todos os que vivem, e depois dela só resta o choro a certeza de que a morte é o fim de nós todos. Não importa o que você faça um dia a morte vai te achar e te ceifar da terra dos viventes e te lançar no mundo dos mortos. Aí já era, acabou, não há mais nada que possa ser feito, Certo?

Bem pra mim não é bem assim, sou um convicto e veemente defensor da imortalidade da alma, creio que Deus não faria um ser com uma complexidade física e psicológica e de vida como a vida humana, para acabar como um monte de carne inútil, apodrecendo debaixo a terra.

Neste momento em que enfrentamos de frente esse algoz o teísmo me ajuda a compreender que nossa labuta diária é transitória e estamos nesse mundo de passagem, pois é nessa realidade que constatamos que precisamos de algo mais para chegarmos ao mundo espiritual para qual fomos feitos. Percebo que a morte é uma intrusa na vida do homem, e que não constava do projeto original do mesmo. Por isso não a aceitamos sob nenhuma hipótese, não nos acostumamos com ela. Não a tornamos parte natural do nosso viver.

Em minha concepção filosófica, teológica, lógica e sensível ao que se passa a minha volta, está claro que a morte é a punição de uma falta cometida não por mim, indivíduo, mas por uma raça, é uma sentença imparcial e precisa que não pode ser alterada. Mas, pode sim ser justificada.

A realidade é que é uma dívida de sangue onde o ofendido requer o sangue de todos os que lhe ofenderam.

Aí entra em cena o principal personagem da vida, que entrega sua vida pura e santificada em pagamento pela alma imortal do homem, a questão é que não importa quantos mortos os homens vejam, e quantos entes queridos chorem muitos não terão a alegria da vida após a morte, e levaram consigo suas dores e aflições para a eternidade, simplesmente por não compreenderem aquilo que é lógico.

O grande amor de Deus e sua misericórdia por uma humanidade putrefata e impotente que por orgulho e egoísmo não admite sua dependência do seu criador.

Pr. Emerson Brasiliano Silva

Pastor Auxiliar da Segunda Igreja Batista em Cabo Frio – RJ

www.sibcabofrio.org.br

terça-feira, 12 de abril de 2011

A SABEDORIA DE UM SER ATEMPORAL


Embora os analistas sociais possam explicar tudo do alto da sua arrogância, as novas formas do homem de destruir o homem foram manifestas na literatura bíblica por Jesus a muito tempo. Ao me deparar com a notícia de um maluco que invadiu uma escola e começou a disparar contra crianças inocentes, me deu uma grande repulsa. Mas afinal quem é inocente? A justiça entende que quem está fora de seu juízo normal está incapacitado por responder por seus atos, o jovem Wellington estava em seu estado normal? Talvez para alguns seu ato de loucura tenha sido incentivado por um fanatismo radical religioso, mas ele era algum religioso? Li as cartas que deixou e não vi nada de religioso em seu ato, ele fez junção de frentes religiosas que, opõem-se em suas doutrinas e ensinamentos, será que se tivesse alguma noção de religiosidade teria praticado tal ato? Vivemos num país laico, e o ensino religioso foi banido do currículo escolar, vivemos no tempo do diálogo com os filhos, diálogo tão entendido que não precisamos dar limites, dialogamos com eles como se fossem adultos e capazes de entender tudo o que comunicamos para eles, criamos crianças sem controle e com uma visão deturpada da vida, a pouco, pessoas que não criam seus filhos vão para a TV defender uma proposta de lei esdrúxula que pretende prender pais que disciplinam seus filhos e qual o resultado disso? São mais “Rafaeis”, que atropelam e sai em fuga, para apagar as marcas do seu crime, deixando o corpo de outro jovem como ele, esticado pelo chão, e aí? Mais lindas homenagens vão surgindo. Agora, novos Wellingtons, uma nova modalidade de matar aqui no Brasil. Será que o Wellington é o único louco desse tipo? Não, com certeza não, mas fiquem atentos porque seu ato abriu as portas para que outros como ele cometam o mesmo crime, os pais devem sim ficar preocupados em levar seus filhos para escola, lugar aliás, onde deveriam estar seguros. Ele tornou-se o mártir dos rejeitados sociais. Outro fato é que a mídia contribui para que isso se efetive, com seu sensacionalismo, aliás, a mídia pouco se preocupa com o bem estar social, porque por causa da natureza do ser humano, o bem estar social não dá índice, desgraça sim, eleva os índices. Essa campanha contra o bulling, está dando resultados positivos, jovens pacíficos estão se tornando violentos e esfaquiando os colegas abusados. O que quero saber é onde isso vai parar? “ E por se multiplicar a iniqüidade o amor de muitos esfriará...” a verdade é que o estado imoral é impotente na sua tarefa de dar proteção a sociedade, a verdade é que novos tipos de crime vão surgir e isso já foi informado pela presciência de Deus. Presciência essa que se deve a ser Deus um ser atemporal e por isso, não está sujeito ao tempo e pode saber do futuro, coisa que existe somente a nós seres humanos. Deus não determinou a destruição do homem, mas a corrupção do homem o condena e o leva a um futuro iníquo de valores inócuos. Mas não se preocupe ainda não é o fim, é na verdade o princípio do fim. Quanta sabedoria tem o Deus do céu. Seu conhecimento do homem e de seu futuro é fantástico, é pena que os homens não lhe dão ouvidos e não se movimentam no sentido de mudar a história de sua vida.

Deus tenha misericórdia de nossas almas.

Pr. Emerson Brasiliano Silva

Pr. Auxiliar da SIB em Cabo Frio

terça-feira, 5 de abril de 2011

A VIDA COMO UMA ONDA


Sou adepto do Surf, e embora possa parecer estranho um pastor curtir um esporte como esse, é um tempo que tenho de reflexão com Deus, em contato com a natureza. Hoje surfo de longboard – temporariamente, espero – é um estilo de surf mais para coroas, pranchas grande, grossas e que não necessitam de tanta agilidade mais de equilíbrio. Especialmente nesse dia (04/04/2011) em que acordei mais velho (38 anos), com menos cabelo, resolvi compartilhar esta crônica e falar do desafio de se equilibrar na onda da vida.

Viver é como escolher a onda certa, se consegue fazer a escolha correta você dropa toda a onda e chega ao fim realizado, mas para que consiga chegar ao fim é preciso se equilibrar muito bem e manobrar corretamente, vencendo os obstáculos que se colocam na parede da onda. É preciso vencer a sua força, é preciso vencer as leis da gravidade e fazer da física sua aliada.

Assim como na onda, devemos escolher nossos caminhos de forma correta, avaliar os caminhos que nos norteiam e procurar fazer tais escolhas mais precisas possíveis para que no movimento da vida não sejamos derrubados da parede da onda, pois aí encontramos o fim.

Como na onda a vida pode ser abreviada, um movimento brusco, a displicência quanto aos obstáculos podem custar a vida. Eu particularmente acredito que Deus, o criador do Universo, da natureza e do homem, deseja que todos morram, ou terminem a sua onda, por falência múltipla dos órgãos, doença mais comum da velhice.

Mas como na onda, a mesma pode ser abreviada por nossas escolhas. No mar da vida, o equilíbrio é fundamental e as ondas que escolhemos precisam ser as melhores, as que abrem para as laterais, ampliando a caminhada, que dá sustentação a aventura de viver e nos deixam completar os nossos dias, ou seja, chegar feliz e satisfeito ao fim da onda. Sair do mar da vida completamente satisfeito, com a sensação de missão cumprida, de sucesso, de não ser engolido pela onda, mas de ter alcançado o objetivo, se equilibrar até o fim.

Fico feliz, pois, ainda estou no movimento em direção a crista da onda, ou LIP, para os que não entendem a complexa linguagem do surf, tenho ainda vinte e dois anos até o topo da onda, para dar então um Cut Back, manobra que nos faz descer do topo para a base da onda. Seja como for se cumprir a minha missão sairei do mar satisfeito e por causa da grande e perfeita onda que escolhi ainda que se abrevie o tempo, sairei do mar feliz, pois a minha onda é linda e as minhas manobras são belas e me motivam a continuar a minha jornada aproveitando cada segundo, pois por maior que a onda possa ser uma hora ela termina, e o que fica é a sensação ter o prazer imensurável de percorrer toda ela.

Que Deus possa abençoar a sua vida, como tem feito com a minha.

Pr. Emerson Brasiliano Silva

Pastor Auxiliar da Segunda Igreja Batista em Cabo Frio - RJ

www.sibcabofrio.org.br