quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A VOLTA DO SURFISTA SOLITÁRIO

Acharam que tinha sumido ein? Eu estou de volta e no melhor estilo solitário, trago pra vocês um relato das minhas duas últimas aventuras, não nego que o surf tem uma ideologia própria que vem sendo violentada ao redor do mundo pelo localismo idiota e sem sentido, mas no mais surfar é sempre bom. A primeira foi no domingo, escalado para pregar no culto da noite, não podia me arriscar num mar maior, e fui pegar umas marolas na praia do forte, próximo ao Caribe Apart Hotel, cheguei e vi um mar muito pequeno fechando, mas pra passar o tempo e dar uma refresco pra cuca tava maneiro, fui entrando e lá dentro encontrei um cara de long e outro de mini long, fui me colocando na onda e de repente veio formando uma direita, remei e dropei a onda, perfeita, apesar de pequena tinha alguma força e fui vendo a parede formar ao meu lado, dei uma batida e voltei então cheguei na vala e a onda encheu, mas o curto espaço e o pequeno drop me satisfizeram, ganhei o dia, senti um prazer indizível, fiquei mas 40 minutos, tentei dropar outras ondas como aquela mas sem sucesso. Mas no surf ninguém está sozinho, tinha um rapaz que estava aprendendo, bati um papo dentro da água, conheci pessoas, um português e um garotão daqui, esse estava começando no surf e disse que estava na água a 3 horas e não tinha pegado nenhuma onda, mudei o foco, chamei ele pra vir comigo, o alinhei a esquerda da vala e observei as ondas, quando veio uma boa, falei pra ele remar e aí: Sucesso, o cara ficou em pé na primeira onda, mas logo caiu, falei pra ele observar a formação das ondas e falei pra ele dos sentidos (direita e esquerda), vi outra onda, era uma direita, formando linda, bem forte,  falei pra ele remar e colocar o peso um pouco para direita para seguir o fluxo da onda e lá foi ele, remou forte, ficou em pé e colocou a prancha no corte, perfeito, não dava pra descrever a alegria do cara, sai satisfeito, peguei só uma onda que fez minha cabeça, mas ajudar a alguém a compartilhar essa sensação já valeu. Uma onda, que valeu a pena. 
Na terça estava meio desanimado, mas vi umas marolas, na mesma reta do domingo, então arrisquei, o tempo estava chuvoso, nublado, cheguei na praia e olhei, só eu e o mar estava a própria descrição da música do solitário surfista do Gabriel o Pensador, - tirando claro os 15 pés de onda e a sereia (risos) -  levei minha evolution 7'4'', pois o mar estava pequeno, o que vi foram ondas pequenas, (1/2 pé) se é que isso é possível, estavam pequenas sim, mas na séries, estavam maiores, e quando rolavam abriam para direita e para esquerda, fui remando pra dentro e comecei a pegar ondas, estavam deslizantes e manobráveis, comecei a curti-las, pois não tenho preconceito com marolas, pra mim qualquer tamanho de onda desde que  surfável tá valendo, o negócio é sentir o vento no rosto e deslizar sobre o mar. Foram momentos incríveis, mas aí a chuva apertou, começaram os trovões e lembrei de setembro passado quando uma tempestade que caiu sobre Cabo Frio, quase despencou na minha cabeça (você pode ler no blog do Clube de surf o relato desta tempestade na postagem"UMA TARDE ASSUSTADORA - http://clubedesurfsurfandocomcristo.blogspot.com.br/2012/09/uma-tarde-assustadora.html"). Estava como todo surfista gostaria, sozinho, eu e o mar, cabeça feita, fui pra casa feliz. Peguei me filho na escola e meditei naqueles momentos maravilhosos. O fim de semana promete e se pegar boas ondas, vou tentar tirar uma fotos pra compartilhar com vocês.

Grande Abraço e Deus abençoe a todos.

Pr. Emerson
Seu surfista solitário.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

UM ANO SEM MARIA

Esta postagem era para ter sido escrita a mais de um mês, mas a saudade e a dor de lembrar de sua ausência me impediu de fazê-lo anteriormente, quero que saibam que para mim, ainda que escrevendo esta crônica em memória da minha querida avó, não está sendo fácil.
Há pouco mais de um ano, no dia 13 de agosto de 2012, recebi uma notícia das mais duras que poderia ter recebido na minha vida, embora depois de ter visitado a minha família em Janeiro de 2011, estava a espera, sem querer ouvi-la, fato é que , minha irmã me ligou e me falou da forma mais direta que podia, que minha amada avó Maria acabara de falecer. Uma pessoa boa, querida, que tinha um coração enorme, uma mulher pacificadora - que me fazia a todo tempo lembrar do texto das bem aventuranças,"Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;Mateus 5:9". Ela era uma pacificadora, sempre com uma palavra sábia, aconselhava com maestria. - Desculpe, não está sendo fácil - Minha avó é a primeira referência de sabedoria que me vem a mente quando a mesma é pronunciada na minha presença, é também meu exemplo de vida cristã, de amor, de compaixão pelas pessoas e pelas criaturas de Deus.
Tinha alguns defeitos, era teimosa minha velhinha, quando encasquetava com algo não havia quem mudasse seu pensamento, mas até os seus defeitos e exageros eram em função do amor ao próximo.
Sem nenhuma dúvida uma matriarca amorosa que deixou um rastro de amor e honradez por onde passou, seus atos, sua vida, seu discurso, nada podia ser contestado, seu testemunho discorria conforme sua pregação, não havia hipocrisia..
Era a quem recorria quando nos momentos de dúvida e necessidade de aconselhamento. Ligava para ela e sempre tinha uma palavra de Deus para encher o meu coração de paz e trazer a luz de Cristo a minhas arguições.
Sei que não deveria chorar, pois a minha avó está na presença do altíssimo, junto ao seu trono de Glória, mas a saudade não me deixa prosseguir com este.
Em outro momento, espero justificar a escrita deste, mas a saudade - ainda que alegre - que pensei superar bateu mais forte. O mundo ficou um pouco menos, melhor, sem ela.


Deus abençoe a todos!

Pr. Emerson