Na última sexta-feira, dia 21 de setembro, vivenciei uma experiencia inusitada, sai do trabalho e fui direto para casa, coloquei meu long John - que fora rasgado na penúltima aventura quando em Geribá fui lançado de encontro a prancha que embicou e jogou a quilha contra minha coxa, com a graça de Deus estava de long John, senão não sei o que seria daquela situação - em seguida com meu longboard fui para praia, não tinha grandes ondas, mas as marolas estavam legais, abrindo para direita e para esquerda, de repente o vento aumentou e o mar subiu um pouco. Estava divertido, foi possível fazer um bom surfe. Lá para a hora de ir embora ouvi um trovão, o sol estava aberto o tempo quente, muito quente, quando olhei para o lado esquerdo vi uma manha preta, densa, muito densa no horizonte, chamei o Junior - parceiro de Surf, seminarista da igreja e um amigo - e falei, vamos embora que o céu vai despencar na nossa cabeça.
Saímos, coloquei a prancha em cima do carro e a tempestade se aproximava, corri pra buscar meu filho na escola, minha esposa o tinha ido apanhar a pé, liguei do meio do caminho falei que estava indo, o seu escurecia, tive que ligar a lanterna, e quanto mais me aproximava da escola de meu filho, mais o céu escurecia, tive que acionar o farol do carro, estava ficando de noite, ainda de dia, uma densa treva tomava conta do céu, a chuva começava a cair, um desavisado ou com problema de visão retardava o trânsito, tive que fazer uma manobra mais brusca e ultrapassá-lo, ligue o limpador no máximo a chuva já era densa, orava a Deus que segurasse aquela tempestade até que chegasse em casa, quando entrei a chuva despencou pra valer, junto com ela veio um vento assustador que nunca presenciei em Cabo Frio, o vento empurrou o portão pra dentro, chegou a derrubar meu filho, a chuva entrava por todos os lados, como um chuveiro na horizontal, entrava pela janela do segundo andar como uma ducha contrariando a gravidade, ouvíamos barulho das telhas sendo lançadas sobre o telhado da varanda, se despedaçando no quintal e na rua, estrondo terrível, estávamos todos assustados, o meu primogênito não estava em casa, o que aumentou a nossa ansiedade.
Foram aproximadamente vinte minutos de pavor, após esse tempo a tempestade se foi, fomos para fora e varanda estava um verdadeiro campo minado, com roupas do varal no chão, produtos de limpeza, cacos de telha, grande estrago, mas a ansiedade estava por conta do primogênito, ligávamos e não conseguíamos falar com ele. Os telefones não funcionavam estávamos sem eletricidade, um caos. esperava as águas baixarem para procurá-lo e de repente quando entreva no carro, a boa notícia, meu filho chegou, estávamos todos a salvo e felizes e louvamos a Deus pelo grande livramento que Deus nos concedera e a maneira como cuidou de nosso filho e o trouxe a salvo.
Todos estamos sujeitos ao mal, mas quando buscamos fazer a vontade de Deus somos recompensados, como certeza o altíssimo nos olha de uma maneira diferente.
Muitos prejuízos materiais, mas nenhuma baixa significante, de um tarde animada de Surf a uma catástrofe natural tudo em apenas 40 minutos.
Sou grato a Deus pela sua providência, a tempestade deixou um grande estrago na cidade, muitas árvores, muros, antenas e telhados caíram, nem todos puderam celebrar a mesma alegria, mas vão-se as coisas e fica-se a vida, afinal essa é a mais importante, quanto as outras, trabalhamos e reconstruímos.
Deus seja grandemente louvado e abençoe a todos.
Pr. Emerson