segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

TROPA DE ELITE II


Fiquei maravilhado, tirando-se as palavras de baixo escalão que fazem parte da realidade dos policiais brasileiros, o filme é um show. Uma denúncia aberta da imundícia tosca e inescrupulosa que é o cenário político brasileiro. Outro fator que merece consideração e aí a teologia entra com uma explicação que embora muitos estudiosos da linha aristotélica, contestam é a capacidade que o ser humano tem de se corromper é algo natural. A teologia chama de pecado. Vários outros filósofos têm idéias a respeito do comportamento humano, uns dizem que o homem é produto do meio, outros dizem que o meio é produto do homem, mas a verdade é que onde tem ser humano, tem corrupção.

Creio que ninguém poderia produzir uma “ficção” tão real, um aspecto explorado pelo filme e que venho constatando a muito, é que a sujeira vem de cima, as lideranças do país que deveriam dar o exemplo de moral, é composta de pessoas sem nenhuma decência que visam se beneficiar do bem comum, tirando vantagem para si e criando verdadeiros sistemas de corrupção especializada.

A verdade subentendida no filme é que a democracia acabou. O bem do povo já não interessa aos líderes que governam esse ou aquele país, o mais assustador de tudo isso é que as pessoas se conformam com essa situação exasperadora.

Outra realidade que pude constatar é a estatística realizada pelo Braga, personagem do ator Irandir Santos, que diz que em 50 anos 90 % da população brasileira estaria encarcerada. É claro que é uma hipótese extremista, mas em suma é realidade para qual se caminha a passos largos. Neste contexto temos a chamada à consciência do agora Coronel Nascimento que percebe que o uso da força e o grande poderio bélico, não podem acabar com a corrupção, a violência e marginalidade.

Jesus deixa claro que o uso da força não muda o homem, o submete a um estágio de letargia, que o levará a um estágio limítrofe da opressão do seu ego, e o levará a uma rebelião de seus sentimentos, fazendo com que a situação chegue a extremos. Para que a corrupção tenha fim é preciso mudar, não os sistemas políticos, não armar até os dentes policiais e fazer um aparelho estatal extremamente violento e poderoso belicamente, mas transformando o caráter das pessoas, Trazer o foco do cenário político de volta à democracia – Governo do Povo – coisa que dificilmente se verá se os nosso líderes governamentais não mudarem seu caráter, e acabarem com acordos espúrios e corporativistas que visam o bem de um pequeno grupo em detrimento da população.

O filme não é em si um filme de ação, não é mais uma crítica, é um grito de consciência que visa chamar a todos à consciência, e terem mais responsabilidade no que fazem do uso da democracia, para não colocar bandidos no poder. Não transformar a verdade em mentira, não levar a marginalidade ao controle do estado, não transformar a moralidade em imoralidade, não inverter o certo em errado. É pena que a grande massa só vê a aventura e não a história.

Que Deus abençoe a todos e que sare a nossa nação, através do seu amor da sua misericórdia.

Pr. Emerson Silva

Pr. Auxiliar da SIB em Cabo Frio.

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