segunda-feira, 3 de outubro de 2011

A COMPLEXIDADE DO MUNDO MORAL


As relações humanas e a sua própria existência são muito complexas, isto porque o homem enquanto espécie não pode agir sem pensar, sendo levado apenas pelo impulso sem levar em conta as conseqüências de suas escolhas. Sua convivência em sociedade é igualmente complexa, pois existem padrões naturais intrínsecos no ser que o fazem refletir e lhe causam sentimentos de contrariedade quando da ameaça da preservação da espécie.
Essa complexidade se dá porque diferentemente dos outros animais o homem tem a noção de si próprio, ou seja, é capaz de conjugar o verbo ser na primeira pessoa do singular, é capaz de compreender, de analisar os atos humanos decorrentes da relação social e emitir juízo de valor sobre tais ações. Tal juízo pode em muitos casos trazer sobre si um gama de conflitos de ordem sentimental, pois em crise de sentimentos, é vítima de uma perturbação mental que o faz na maioria das vezes tomar atitudes que não gostaria de ter tomado.
A superioridade do homem em relação aos outros seres viventes sobre a terra se dá exatamente por essa capacidade moral de interpretar a vida e suas vertentes. Tomar decisões em relação à observação do entorno e entender as conseqüências de seus atos. Isso pode ser amplamente observado no decorrer da história da humanidade através do crescimento e desenvolvimento do pensamento filosófico. Do teológico, das ciências de cunho emocional e comportamental do ser humano, nas ciências sociais, as ciências jurídicas, todas de cunho reflexivos dos atos e fatos humanos.
A Filosofia é sem dúvida a mãe de todas as ciências embora Tomás de Aquino, se não me engano,  a subjugasse à Teologia, a segunda teve sua existência evidenciada através de um filósofo (Platão) como campo da filosofia a estudar a relação da divindade e sua relação com os homens e o universo.  Da primeira descendem todas as outras, exatas ou não. Ela é a primeira ciência a admitir a metafísica, a existência de algo mais que simplesmente a breve vida terrena e questionar os motivos dessa existência.
Nas relações humanas essa complexidade se alastra como raízes de uma árvore que se espalha sob a terra, não podem ser observadas superficialmente, pois estão abaixo da superfície fincando suas bases no profundo da terra, assim é a questão da moral humana, finca suas bases no íntimo do indivíduo e vai se refletindo através das relações sociais. Podemos crer que o homem não estava preparado para o uso de tais atributos morais, pois na incapacidade de compreender tal complexidade trouxe para si o mau, que perverte sua natureza e o leva ao mau uso constante de suas faculdades mentais.
Embora os capítulos iniciais do livro de Gênesis sejam interpretados como contos poéticos, refletem com extrema verdade o despreparo da alma humana para receber, tão profundo conhecimento do bem e do mal e o uso da habilidade de pensar concedida pelo criador a partir de seus próprios atributos. Tal poder parece corromper o fraco indivíduo humano, podendo inclusive levá-lo a loucura.
Mire-se o exemplo de Adolf Ritler, que em busca de uma raça pura, condenou a morte e as mais terríveis torturas, seres humanos inocentes, que como todos mereciam o direito a vida. O resultado de muitas de suas torturas por outro lado, trouxe grande avanço a medicina moderna no conhecimento do corpo humano.
Frederich Nietsch, um grande filósofo da modernidade que chegou a loucura depois de pretensiosamente declarar a morte de Deus. Acabou seus dias enfermo e morrendo solitário e desprezado por seu grande amor.
Lenin que sob o pretexto de igualdade social subjugou os russos a miséria coletiva, nivelando por baixo o padrão de vida de todos os cidadãos soviéticos, impedindo-os de tomar suas próprias decisões e fazer e viver sob a mão pesada do estado. Assim como acontece em cuba e na china, na verdade uma pequena minoria detém todo o poder e a grande massa passa necessidade. Tudo sob desculpa do bem comum.
A história revela também que na pretensão de se fazer o bem, nasce a corrupção do poder moral do homem, levando a sociedade a evoluir com um câncer moral, que em pleno estágio de desenvolvimento, leva-o a aniquilar a sociedade e recomeçá-la do zero, tornando-a outra, ou se perder para sempre nos arquivos arqueológicos da história, assim como Constantinopla, o grande império Romano, e outros.
A Grande pergunta é, estaria o homem preparado para tal conhecimento? Tal poder pode ser dominado pelo homem, no julgamento do valor do certo e errado? Quando o certo é errado? Quando o errado é certo? Existe realmente uma subjetividade filosófica para a verdade? Existe uma absoluta pureza moral no universo? Se existe onde encontrá-la? Quais os parâmetros?
Maquiavel dizia que os fins justificam os meios, frase que por sinal é muito mal interpretada por todos. E aí nessa interpretação está a veiculação da complexidade desse fantástico mundo moral, uns entendem que pode e devem fazer o que quiserem para alcançar seus objetivos, e usam-na como justificativa, o que é sem dúvida um equívoco, outros a criticam por entenderem que este é o propósito do entendimento do mesmo, mas o fato é que se referia que o príncipe, o estado a autoridade governamental, deveria fazer uso de seu poder pra preservar e garantir o bem comum ao povo. Dizia que a história julgaria o resultado de suas atitudes, se o bem ou mal feito seriam considerados no retrato da história um bem ou um mal maior. Não falava de se locupletar, nem de corrupção, nem de injustiça social.
O fato é, tem o homem a capacidade de entender o universo que o cerca e a capacidade julgar o que é certo ou o que é realmente errado? Suas relações estão ligadas a reproduzir socialmente a vivencia moral? Ou a vivência social e cultura determinam a moral do homem?
Fica aí o questionamento, se puder responder, responda se não, busque o parâmetro que rege a sua vida, mas não se esqueça que a sua capacidade moral se assemelha a do criador e deveria servir para aproximá-lo dele e não afastá-lo. A arrogância do conhecimento humano o afasta de Deus. Mas a sua razão foi-lhe dada para se aproximar e buscar a Ele, reflita qual a utilidade prática de sua capacidade moral?

Um comentário:

Carlos D. Corrêa disse...

Excelente texto pastor. O tema de Missões Nacionais me me faz pensar na seguinte questão corroborando com o texto que o sr. escreveu: Minha vida, impacto para a nação. Lamentavelmente algumas estão causando impacto negativo na nossa nação. Devem se esquecer que são representantes de Deus aqui na terra, embaixadores de Cristo.
Fique na paz.