Antes de partir para o fulcro deste, vamos esclarecer um assunto corolário, que é muito importante nesse texto. O pecado, a origem etimológica da palavra. Pecado não é um jargão de crente, que perturba a vida das pessoas, mas mancha e denigre a sua existência.
Hamartia é uma palavra muito usada na poesia de Aristóteles para definir um erro seguido de uma tragédia, o erro produz um fim trágico para aquele que o comete e perturba a sua consciência levando-o ao desespero e depressão.
Mas qual a razão disso? Para os que me conhecem, sabem que a teologia é minha paixão, é o que mais gosto de buscar, conhecer, e aplicar ao cotidiano da vida, dessa forma, quando sou confrontado com fatos sociais visualizo a teologia do mesmo. Não posso deixar de ver teologia em todos os aspectos da humanidade, pois considero que a essência humana é parte da mesma, e dessa forma, devido a um fato apresentado ao qual abaixo descrevo, resolvi produzir este.
Estava num dia feliz, pois acabara de ir buscar meu caçula que estava ha dois dias internado com uma infecção de garganta, quando na televisão ouvi a grande notícia do dia, a morte de Amy WineHouse. ha mais ou menos dois anos a utilizei como ilustração quando pregava para os jovens da Primeira Igreja Batista em Jaconé, a ênfase foi a forma rápida como ela, uma jovem bonita, passou a um farrapo humano, destruindo seus sonhos, e transformando sua vida cotidiana num terrível pesadelo, do qual queria se livrar e para tal anestesiava sua consciência para fugir de sua realidade infernal. Começou com uso do álcool, depois foi buscando drogas mais fortes e agora não mais tinha controle sobre a sua vida. Seria fácil prever tal tragédia, uma moça que se entrega as frivolidades da vida e a encerra desta forma aos vinte e sete anos de idade. Lembro–me que uma das colocações que fiz é que a mesma estava vivendo sua vida como quem cheira uma carreira de cocaína, toda de uma vez. E onde entra o pecado nessa triste história?
A primeira e mais devastadora de todas as fases do pecado é a distância de Deus. O fato do homem como ser humano não atentar para presença de Deus na sua vida perde toda e qualquer referência daquilo que é certo e errado e se toma de uma auto-suficiência ufanista. O homem sem Deus perde toda a referência e pureza moral, deixando-o perdido e entregue às suas próprias paixões, é um tipo de cegueira que não permite que veja aquilo que está fazendo consigo mesmo e com os outros. Coloca-se na posição de Deus e passa a se idolatrar como a melhor coisa do mundo. Todos estão no mundo para servi-lo.
A segunda devastadora fase do pecado é a entrega ao materialismo, sem a visão de Deus, e sua referência, nas pessoas como a Amy, a vaidade humana é aguçada e o ufanismo toma conta, o indivíduo passa a ser adorado, consideram-se poderosos, invencíveis, indestrutíveis e não suportam a idolatria de que são vítima, e aí buscam prazer naquilo que é alcançável aos seus olhos. Dinheiro, bebidas, drogas, sexo. Até que nada disso satisfaz, e ai começa e vem trazendo para dentro de si um vazio insuportável. A vida passa a ser deplorável e chata.
O vazio é a terceira fase do pecado, é sentir-se só mesmo tendo uma multidão a sua volta, é querer isolar-se pedindo socorro em sua alma, mas já se está tão impregnado de si mesmo que as pessoas a volta não conseguem ver o seu suplício, E ela a pessoa não consegue ver o sinal de Deus para que estenda a sua mão. Esse vazio corroe e deprime a pessoa de maneira que não consegue mais viver a não ser alienada de sua vida solitária e insuportável.
Aí nesse momento entra a quarta fase do pecado, a busca pela abreviação da vida, é melhor encurtar os dias do que viver rodeado de pessoas que não a compreendem, então quanto mais se degradar, quanto mais escândalos, quanto mais provocações, mais um passo se dá ao fim solitário, sem ninguém a sua volta. Toda a tentativa de ser tirado da miséria em que se encontra é vã. A imagem já se foi, o que se vê é um monstro, fraco, abatido, um resto de pessoa.
Até que por fim chega-se a quinta e última fase do pecado, a morte, esta tão desejada e tão inconscientemente esperada, chega como a paga pelas suas ações e atitudes. É o fim de uma vida insuportável e início de uma vida infernal, eternamente afastada da presença de Deus. Só que desta vez, não é possível abreviar os seus dias, pois o tempo é para os mortais, não mais para os espíritos que já passaram pela morte. No final o pecado Deforma as pessoas. E se o pecado reina na sua vida, como reinou na da jovem e não mais bela Amy, todas as suas recompensas já foram dadas para esse tempo. Mas isso é outro assunto, a eternidade.
Que Deus abençoe a todos
2 comentários:
Coincidência cabalísitca, o nome dessa jovem cadavérica que passou para a eternidade, ao que tudo indica, sem Jesus Cristo:
Amy = em Hebraico, 'meu povo';
Winehouse = em Inglês, 'casa do vinho'. Seu sobrenome cairia mais apropriadamente, se fosse 'Drughouse' = Casa das drogas'.
Muito boa a reflexão a respeito do estágio que vai da indiferença pelos valores até o último degrau da autodesvaloração.
Pois é Emerson. sábias são as suas palavras. Parece ser este o caminho da verdade e da boa vontade. Mas, o homem é um grande vazio que em relação ao universo se materializa num corpo. Tal fato, no entanto,( a materialização)não impede que ele se sinta vazio, a ponto de desconhecer sua prôpria alma( a essência) e não encontrar um sentido para a vida. Isto leva as pessoas a buscar preencher este vazio que é a vida em si. É quando algumas escolhem a altenativa equivocada. Podemos então chamar a vida de dura, cruel, pecaminosa, sem sentido ou de uma grande Antítese paradoxal? Um bj do Pai.
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