Em um dos finais de semana das
minhas férias estava no clube com minha família desfrutando de um belo dia de
sol quando parei para observar o meu entorno. Passei a observar o comportamento
e o diálogo das pessoas que estavam a minha volta. Percebi a superficialidade com
que tratavam os assuntos da vida, como inconscientemente desprezavam toda a
complexidade da vida e das relações humanas.
Senti-me como numa cena de filme
que nos leva a um patamar de macro visão da cena, e de repente me dei conta de
como aquelas pessoas não percebiam a sua função na terra nem como valorar os
aspectos psicológicos e emocionais de sua existência.
Sua visão de vida baseada em
valores perecíveis, arraigados a matéria e a aparência, como se a vida em sua essência
se limitasse a frivolidade de seus pensamentos e ações, senti-me como se
estivesse num universo paralelo, totalmente diferente daquela atmosfera, onde
pessoas se sentiam superiores e competiam para ver quem tinha a melhor
aparência e o melhor estilo de vida.
Orgulhosos por desfilar roupas de
marca, cordões de ouro, bebericar cerveja, alimentar a carcaça de petiscos. Sem
perceber as suas almas em estado de putrefação, causada por um câncer que a corrói
levando-os a degeneração de seus sentidos, refletidas em seus corpos, que em longo
prazo os separam da razão preternatural de sua existência.
Sentido-se superiores e como se
tivessem alcançado o auge da ascensão humana, atingido o objetivo da vida,
extremamente alheios, alienados do propósito de sua criação e existência. Como
alvos fáceis de algo maior que cega suas mentes inibindo-os de ver a realidade,
e conduzindo-os como uma massa inculta, influenciada por ditaduras culturais
empregadas por indivíduos malignos, que querem que permaneçam na ignorância.
Senti-me constrangido perante a
minha visão, não que não goste de coisas boas, seria hipócrita se disse que não
gosto. Gosto de me vestir bem, de um bom relógio, de conforto, não vejo mal
nisso, mas isso não é o sentido da minha vida, posso me sentir bem com ou sem
isso. Não me sinto superior ao meu próximo por que uso um bom relógio ou visto
um terno com um caimento apropriado a minha estrutura física, não me sinto
superior por dirigir um bom carro. Não são as coisas que possuímos ou que usamos que definem quem nós somos, essas
coisas devem estar a nosso serviço e não serem o sentido de nossa vida, pois
acabam-se, depreciam-se, são corroídas pelo tempo.
Era como se não pertencesse àquela
realidade, senti-me um estranho, um estranho às relações humanas, como se não
falasse a mesma língua, não vivesse as mesmas experiências, não tivesse nenhum
valor parecido. Pude compreender o mito da caverna, a angústia socrática diante
da humanidade frívola, o sentimento de descontentamento de Platão.
Pude contemplar de uma maneira
pragmática as afirmações positivas de Jó mediante a sua realidade de desgraça.
As afirmações de Jesus no texto de João 17. A afirmação categórica de João
quando diz que os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque a luz
revela suas fragilidades, suas imperfeições, o seu mal. A preocupação do
apóstolo Paulo com a igreja embrionária.
Os homens são maus, alheios a
razão de existirem, não percebem o propósito de viver essa realidade. Espero em
Deus, que a minha existência deixe um legado, algo de útil aos que vierem
depois de mim. Espero sinceramente que possa de alguma forma aclarar àqueles
que estão a minha volta que a vida tem um propósito ulterior.
Pr. Emerson B.Silva
Um comentário:
Pastor Emerson, que tristeza ver o contexto onde vivemos longe de Deus. Mas eu louvo a Deus por iniciativas como a sua de pregar pela net, este campo virtual onde o inimigo ataca silenciosamente até os escolhidos do Senhor. Q Deus o abençoe q possas continuar pregando o evangelho puro, simples e genuino. Graça e paz,
Jackie.
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